A presidente Dilma Rousseff (PT) está preocupada com a falta de mão-de-obra qualificada em todo o país, inclusive no Complexo Portuário do Superporto do Açu, em São João da Barra. Para atacar o problema, lançou, no último dia 29, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), que vai unir os ministérios da Educação, da Fazenda e do Trabalho para atender aos jovens que querem fazer um curso técnico e não contam com recursos financeiros. Uma outra frente de ofensiva do governo com o Pronatec é dar uma resposta às críticas da oposição em relação ao programa Bolsa Família, que para muitos “dá o pão sem ensinar a pescar”. Em Campos, no entanto, líderes de partidos governistas e de oposição, torcem pelo projeto.
O Pronatec funcionará em articulação com o programa de Financiamento Estudantil (FIES) e terá como parceiros as entidades do Sistema S, Rede Federal de Ensino e os Centros Vocacionais Tecnológicos — esse último ligado à Faetec. A meta é capacitar 3,5 milhões de trabalhadores até 2014, começando este ano com 500 mil. O programa está sendo visto como a primeira iniciativa concreta da presidente Dilma em acabar com o “apagão” de mão de obra qualificada, agravada com o crescimento da economia e da demanda por obras e serviços. Segundo levantamento do governo, os setores mais carentes de profissionais especializados são a construção civil, tecnologia da informação e serviços. Só para se ter uma idéia da dimensão do problema, no Norte Fluminense, até 2013, o Complexo portuário do Superporto do Açu, em São João da Barra, vai precisar contratar mais de 21 mil trabalhadores especializados. O projeto foi lembrado por Dilma durante a solenidade de lançamento do Pronatec.
Em Campos, o professor Etevaldo Pessanha, coordenador do Pólo Avançado da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec) do Norte e Noroeste Fluminense, foi designado pela presidência da instituição para acompanhar o Pronatec.
— Nesse programa está prevista a ampliação da rede federal através da criação de novos institutos, construção de novos centros, reformas dos prédios e laboratórios atuais. Observamos hoje que o mercado já apresenta um apagão de mão de obra qualificada — afirma Etevaldo.
O Estado do Rio terá pelo menos quatro novas unidades, dos 130 centros de formação que serão criados pelo governo federal.
Adversários elogiam nova estratégia
Os presidentes do PT, Eduardo Peixoto e do PSDB, Gel Coutinho defendem o novo programa de qualificação.
— Vendo pelo momento atual de Campos e região toda e qualquer iniciativa para melhorar a questão da mão de obra qualificada é boa. O que resta saber é se será implementada da maneira correta ou se vai servir como ferramenta política — disse o tucano Gel Coutinho, acrescentando que a presidente Dilma, a exemplo, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segue adotando o programa do PSDB, já que o Bolsa Família nasceu do Bolsa Escola, do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O presidente do diretório local do PT. Eduardo Peixoto, diz que qualquer programa que visa aperfeiçoar o Bolsa Família tem que ser elogiado e perder esse perfil, muitas vezes divulgado, de um programa meramente assistencialista, incentivando os beneficiados a andarem com as próprias pernas.
— O Bolsa Família é um programa que deu certo. É bom lembrar que a implantação e a fiscalização do Programa ficam por conta dos governos municipais — disse o petista.
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